Mercado imobiliário: 2023 será um ano de doçura ou travessura?

Luis Cura • 1 de fevereiro de 2023

Se houvesse uma palavra para descrever 2020 e 2021 seria "resiliência". No caso de 2022 e 2023, a palavra seria ligeiramente mais negativa, sendo "inflação" a escolhida. Embora o setor imobiliário tenha vindo a consolidar o seu estatuto de bem de primeira necessidade, as famílias portuguesas tendem a optar por imóveis mais acessíveis ou até mesmo adiar a decisão de mudar de casa.

Antes de apresentar as tendências deste novo ano, importa perceber como foi o ano 2022 para o mercado imobiliário. Podemos destacar três pontos fundamentais: o primeiro indica que o número de transações imobiliárias é equivalente ao de 2021, contudo o valor das transações aumentou consideravelmente. O segundo refere que as famílias de classe média concentram a sua procura nas zonas mais periféricas das metrópoles, havendo um interesse progressivo pelo Interior de Portugal. O terceiro relaciona-se com o adiamento na decisão de compra, quer seja por falta rendimentos, quer seja pela preferência em arrendar.


Passando para 2023, o cenário irá ser determinado pela conjugação direta de fatores, tais como, a subida das taxas de juro, a inflação e um possível aumento na oferta de imóveis. Ora, a subida das taxas de juro implica o aumento do valor das prestações, o que inviabiliza que algumas famílias comprem casa e, consequentemente, outras consigam vender. Alguns portugueses ver-se-ão obrigados a colocar o seu imóvel à venda por um valor menor, de forma a conseguir gerar liquidez imediata, conduzindo a um ajuste negativo dos preços presentes no mercado, ainda que mínimo. Assim, estamos perante condições que potenciam uma subida da oferta em simultâneo com a descida da procura, no segmento de mercado mais baixo, graças às famílias com menores rendimentos.


E não podemos, nem conseguimos, esquecer a inflação galopante que assola o quotidiano. O poder de compra diminuiu, o custo de vida aumentou e os salários permaneceram os mesmos, o que compromete a capacidade financeira dos portugueses e, por conseguinte, os imóveis a adquirir vão ter de ser de menor valor.


O que é nacional, já não é bom (o suficiente). Se antes desconfiávamos que o nosso país estava a ser desenhado para os estrangeiros, agora existe essa confirmação. Portugal, especialmente os grandes centros urbanos e as zonas litorais, passaram a ser refúgio para os estrangeiros de classe alta e com rendimentos mais elevados, uma vez que o mercado imobiliário nacional é estável e mais acessível, comparativamente com os seus países de origem. Isto quer dizer que, a procura estrangeira permanece elevada, o que se reflete no preço dos imóveis nas zonas supracitadas.


Uma outra tendência que tem vindo a ganhar cada vez mais força é a migração da população residente dos grandes centros urbanos para as zonas mais periféricas ou rurais. Na altura do pico pandémico, este fenómeno começou a ser um requisito das famílias que ambicionavam fugir da azáfama citadina e/ou ter mais espaço em casa. No pós-pandemia, este é um critério imposto às famílias portuguesas pela falta de possibilidades económicas para viver nas grandes cidades.


Em suma, o ano 2023 vai ser repleto de desafios económico-sociais que, infelizmente, vão ser muito difíceis de superar pela esmagadora maioria dos portugueses de classe média-baixa. Quanto ao setor imobiliário, resiliente por natureza, será uma doçura para uns e uma travessura para tantos outros. Enquanto especialistas na área, o nosso papel é continuar a procurar as melhores soluções em função das necessidades de cada cliente.

FONTE: dinheiro vivo



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